Confessionalidade Luterana
“Deus aceita as pessoas por meio da fé que elas têm em Jesus Cristo. É assim que ele trata todos os que creem, pois não existe nenhuma diferença entre as pessoas.” Romanos 3.22. Com esta palavra bíblica e com muita expectativa e envolvimento, foram realizadas as últimas duas etapas do Curso de Teologia Popular (CTP) 11ª e 12ª Etapa, nas respectivas datas 04 e 05 de maio e 01 e 02 de junho, realizada na casa de Retiros Martin Lutero do Sínodo Uruguai em Ipira-SC.
No 11° encontro contamos com nossa sempre disposta coordenadora Diácona Cátia P. Berner e assessorados pela Diácona Nádia Mara Dal Castel de Oliveira, com o tema Princípio da Fé Cristã e da Confessionalidade Luterana. Somos Igreja – que Igreja Somos?
Juntos tivemos a oportunidade de nos aprofundar e entender um pouco mais de nossa identidade luterana e a verdadeira Igreja de Cristo, onde saímos com muitos conhecimentos e algumas certezas, Martin Lutero ao despertar para sua verdadeira vida de fé, não quis criar uma nova Igreja, e sim reformá-la, reconduzindo-a para a sua origem Evangélica, isso continua sendo o compromisso de ser luterano até hoje, e para isso devemos estar em constante reforma, voltados sempre para Igreja de Cristo.
Assim também Lutero nos ensina em suas redescobertas, que Igreja não é apenas formada por Pastores, Teólogos e Cléricos, e sim Igreja formada por todos aqueles que creem em nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Portanto, não basta termos boas direções e equilibradas pregações em uso da palavra, o que precisa é sermos comunidades vivas, conscientes de nossa missão, capazes de testemunhar o Evangelho em qualquer que seja o contexto social e atual.
A 12ª etapa tivemos sequencia nos aprendizados deixados por Lutero, novamente com a coordenação da Diácona Cátia P. Berner, com todo o empenho e na assessoria esteve presente a Catequista Mariane Noely Baial da Cruz, onde focamos os estudos no Catecismo Maior e Menor. Lutero escreveu simultaneamente dois catecismos: o “Catecismo Maior” e o “Catecismo Menor”, com a finalidade de que sirva de instrução a crianças e pessoas simples. Lutero chama o Catecismo de “Bíblia dos leigos”, por ser o “sumário da Sagrada Escritura toda”. Conforme Lutero, não bastava ser batizado para enfrentar a vida, era necessário um contínuo alimento da palavra de Deus, o meio da graça por excelência.
O Catecismo Menor propriamente dito, como era conhecido desde a igreja antiga, consistia de três partes: o Decálogo, o Credo e o Pai-Nosso. As duas partes adicionais que Lutero incluiu tratam dos sacramentos: do Batismo e da Santa Ceia. Uma sexta parte completa mais tarde o Catecismo: a Confissão e Absolvição.
O Catecismo Maior foi reconhecido pelos herdeiros da Reforma evangélico-luterana e mesmo por cristãos de outras confissões – como uma expressão fiel e adequada da tradição bíblica e cristã. Neste sentido, também reflete o nível da fé como conhecimento, ao expor de modo profundo, mas ao mesmo tempo simples e prático para a vida diária do cristão, os Dez Mandamentos, o Credo Apostólico, o Pai-Nosso, o Batismo, a Ceia do Senhor e a Confissão e Absolvição. As afirmações básicas da tradição têm grande significado para os cristãos, pois são referências que os habilitam e julgar e avaliar o que em cada época é pregado em nome do Evangelho, distinguindo a pregação fiel à Palavra de movimentos religiosos perniciosos e suas promessas ilusórias.
Esta é a tarefa das “três santas ordens” que foram convocadas por Lutero para ensinar continuamente o Catecismo às novas gerações na igreja, na escola e na família. Sua última frase no Catecismo Maior é: “Pois todos eles têm de ajudar-nos a crer, amar, orar e lutar contra o diabo”. Lutero preparou o ensino na igreja para que os pais aprendessem e pudessem, depois, ensinar os filhos. Conforme Lutero: “Preciso continuar lendo e estudando diariamente, e ainda assim não me saio como gostaria, precisando continuar sendo criança e aluno do catecismo”. Aqueles textos são proveitosos enquanto forem lidos diariamente, exercitados em pensamentos e pronunciando as palavras. Pois o Espírito Santo está presente nessa leitura, nesse falar e pensar.
Tivemos o entendimento sobre a preocupação de Lutero em escrever o Credo Apostólico, para que tivesse unidade naqueles que o seguiam em direção a Igreja de Cristo, para que pudesse ficar claro em que os cristãos realmente deveriam crer.
E com agradecimento aos colegas e assessoras Diácona Nádia e Catequista Mariane, além de todo o apoio de nossa coordenadora do CTP 2018/2019, Diácona Cátia, que redigimos essa matéria das 11ª e 12ª etapas.
Cetepistas Cleiton Gutbier e Edson Gutbier
Concórdia, 05 de junho de 2019